Monetização e ética

A nova política de privacidade e termos de uso do Instagram que entrará em vigor, permitindo o serviço a usar fotos sem pagar nem avisar o usuário, trouxe a tona um tópico que vem sempre em evidência no modelo de negócios de qualquer empresa: monetização.

Toda empresa precisa dar lucro, portanto meios de viabilizar receita são sempre buscados por seus gestores e colaboradores. Até este ponto normal, porém, visando a efetivação de um objetivo, algumas empresas deixam a ética de lado. Mudar a “regra do jogo”, dependendo do contexto, pode ser encarado como uma “rasteira” por seus usuários.

O caso do Instagram ilustra perfeitamente o que comentei. Os documentos que regem e relação usuário/serviço permitem que a start-up, comprada pelo Facebook em abril por US$ 1 bilhão, e o próprio Facebook, utilizem as fotos postadas sem pagar nada aos usuários. Seria ético você produzir fotos e estas mesmas ilustrarem peças publicitárias de terceiros sem que você saiba? E se levar em conta que boa parte da base de usuários do Instagram utiliza apenas o aparelho celular para interagir na rede social e, provavelmente, nem tomará conhecimento destas mudanças de privacidade? E se além de utilizar suas fotos sem seu conhecimento o serviço ainda lucrar com isso? Pois é, isto que irá acontecer.

Em termos de negócio, além de anti-ético, tal mudança pode provocar uma evasão considerável e migração de seus usuários para serviços concorrentes como o Flickr, fazendo com que uma estratégia para gerar dinheiro cause justamente o oposto.

Além de usuários pessoa física, várias empresas também estão abandonando o serviço. A National Geographic Society, organização que é proprietária da revista e do canal televisivo correspondentes, suspendeu as postagens da conta NatGeo.

Dia 18 de dezembro, um dia após a mudança, Kevin Systrom (cofundador do Instagram) informou que os direitos das imagens continuarão com os usuários.

“Desde que fizemos as mudanças, nós ouvimos alto e claro que muitos usuários estão confusos e chateados com o que isso significa. É fácil interpretar errado documentos jurídicos”, escreveu Systrom.

Ao pensar em estratégias de monetização, ética sempre deve ser um ponto importante a ser considerado. Um “desespero” por lucro pode acabar arruinando todo seu negócio.

Será cloud a solução para sua infra ou mais um problema?

O assunto do momento é Cloud (Nuvem). Antes adotada só por entusiastas, tal tecnologia ganhou o status de blueprint por conta de marqueteiros e vendedores de serviços de TI. Apesar de numerosas vantagens, é preciso ter cautela com aplicativos e armazenamento em nuvem.

Apontado como o modelo queridinho de dez entre dez especialistas em tecnologia pela mídia, acontecimentos recentes em dois dos maiores fornecedores de serviços neste modelo, Google e a Amazon, causaram prejuízos para seus clientes. Link com problemas, servidor de DNS com problemas, erro operacional dos fornecedores e outros mais.

Imagina a situação em que, para concluir um negócio, você depende de um arquivo que está em um servidor como o Google Drive, ou no AWS da Amazon, e, por conta de uma falha fornecedor do serviço ou de sua rede, você fica sem acesso durante 8 horas? Nos dias de hoje, até questões de minutos podem inviabilizar uma venda, detonar uma negociação em curso ou até provocar um erro monstruoso em uma linha de produção industrial por uma informação faltante, por exemplo.

Além de todos os fatores acima, a proteção e backup dos dados contra a ação de hackers é algo que você ou sua empresa não podem ter grandes garantias. A partir do momento que você contrata um serviço no modelo de Cloud, as políticas de segurança e profissionais com acesso aos dados são definidos pelo fornecedor.

Cloud tem suas vantagens, mas depender 100% dela é suicídio. Alguns gestores estão comprando soluções ignorando princípios básicos de disponibilidade e segurança. A solução ideal para infra é um modelo híbrido, onde em uma eventual falha, a operação de seu negócio se mantenha íntegra.

Deixo aqui meu alerta: confiar cegamente no ambiente cloud e seus fornecedores, nunca!